A comida que não podia faltar aos domingos
Falando em lembranças, que hoje considero a maior riqueza de minha vida, pois se não fossem elas, hoje eu não seria o que sou.
Lembro quando menino, eu morando em Guaxupé/MG, na Avenida Dona Floriana, que hoje é área central da cidade, mais antes era periferia. pra cima de minha casa, havia um açougue, que as carnes eram vendidas e enroladas em um jornal.
Então a gente sempre ia lá pedir ” Rabutaia”, nem sei se existe essa palavra, mais era o nome dado aos restos de carnes, que sobrava na mesa do açougueiro, ali tinha de tudo, gordura, carne de vaca, carne de porco. O açougueiro ia limpando a carne para vender, ia juntando aquilo em um canto, no final ele jogava para os cachorros ou jogava no balde de osso.
Como na época, éramos muito pobres, a gente ia lá e pedia para o açougueiro, com um cara de muleque pidoncho, a gente chegava no açougue e pedia rabutaia para levar para o cachorro, que na verdade era pra gente mesmo.
Em casa, a minha mãe dava uma limpada naquilo, uma ferventada e refogava com cebola depois dava uma fritada naquilo e por ter vários restos de carnes diferentes, o cheiro era maravilhoso! Não só o cheiro mais a carne também.
Então quando chegava aos domingos, era dia de fartura, a gente comia uma panelada de “rabutaia”, com bastante tempero, acompanhado de uma couve refogada que tinha no fundo do quintal e limonada, feita com o limão do fundo da horta.
O pior que essa carne era tão nutritiva, que até hoje minha imunidade é tão grande que nem resfriado fico.
Nunca se julgue menor ou inferior, pelo que já foi ou pelo dinheiro que você NÃO tem, a vida é um desafio! Cabe a você enfrentar e vencer.
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